Por Edson Souza
A viagem começa em 1947 em um navio de guerra americano, onde o casal teve um filho… O navio atracou em Bali, na Indonésia, e logo registraram o recém-nascido Ronald Kraag.
Com apenas alguns meses de vida, Ronald nunca poderia imaginar que os seus pais regressariam da 2.ª Guerra Mundial e aterrissariam no berço da revolução nacional da Indonésia. Outra guerra que prosseguia desde 1945, mas não assustou a família, que acabava de chegar àquele continente.
Lá resistiram durante dois anos, então uma guerra civil eclodiu em 1949 e perderam tudo o que tinham, incluindo a liberdade. Novamente encontravam-se de volta num navio com destino à Holanda… A peregrinação dos Kraag’s ao redor do mundo foi sobre encontrar um bom lugar para morar. As condições nem sempre eram favoráveis, por isso eles viajavam de cidade em cidade, de país em país em busca de uma nova experiência.
Da Holanda à Bélgica, da Bélgica à Alemanha, depois à Argentina e posteriormente os Estados Unidos… Por fim, decidiram embarcar no navio a vapor “Altair”, que fazia viagens da Europa à América do Sul. O navio pertencia à Libra Navegações… Chegaram então ao Brasil em 1950, e foram para uma pequena cidade da região de São Paulo.
Com o tempo, Ronald voltou para visitar à terra natal de sua mãe, a Holanda.
Durante uma dessas viagens em família, sobrevoando as regiões de São Paulo, ele
olhou atentamente a paisagem por entre as nuvens e avistou uma pequena ilha
verde no oceano azul.
Em 1967, Ronald viajou com os amigos para o litoral norte de São Paulo, onde se hospedaram em São Sebastião, no bairro de São Francisco. Foi quando ele contou a um deles que admirava a ilha em frente à cidade.
Sua ansiedade era tão grande que suas palavras lhe falharam, mas o brilho em seus olhos foram suficientes para fazer seu amigo lançar “Yara” ao mar — esse era o nome do barco — e navegar pelas águas do canal… Um sentimento bom encheu o peito do jovem Kraag… Parecia que ele estava destinado a viver esse encontro… Logo ancoraram a poucos metros da praia do Perequê.
Ao entrar em Ilhabela, Ronald se ajoelhou e tirou um punhado de areia com as mãos… Fechou os olhos e relembrou sua infância… “Pai, quero ir lá, quero conhecê-la”… Dos 38 países e de todos os estados brasileiros que visitou, finalmente conseguiu dizer: — Nada me encanta como Ilhabela. Eu não quero mais sair daqui!
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